O que um profissional de enfermagem deve fazer para cuidar adequadamente de um paciente que possui um dreno Jackson-Pratt (JP)?

O dreno JP promove lenta sucção de fluidos do local manipulado, o que ocorre quando o ar é expulso do coletor que deve ser fechado a fim de manter essa sucção, e, consequentemente, drenagem adequada da secreção.

É sempre importante lembrar-se que, se há um dreno é porque há necessidade de manter a saída de fluídos de uma cavidade para o exterior. Ou seja: caso o contrário, haverá acúmulo de sangue e/ou secreções, o que pode trazer sérias complicações para o paciente, incluindo infecções. E por falar em infecção, existem situações em que ela já está instalada, e, se a drenagem para o meio externo for inadequada, o acúmulo de uma secreção infectada certamente contribuirá para a condição clínica do paciente agravar.

Portanto, ao cuidar de um paciente que mantém dreno JP:

– Mensure e registre o volume drenado;

– Avalie e registre o aspecto da secreção;

– Caso perceba alterações no aspecto da secreção, considere a possibilidade de processo infeccioso. Busque acompanhar os valores de leucograma e PCR, redobre a vigilância infecciosa, comunique o médico e registre a sua conduta;

– Alterações súbitas no padrão do volume drenado podem indicar complicações. Em reduções abruptas no débito, podemos pensar em obstrução do dreno. Já no caso de aumentos, o pensamento clínico remete a piora do quadro do paciente. Comunique o médico e registre a sua conduta;

– Atenção especial a sangramentos! Não é normal, de repente, aumentar muito o volume de sangue drenado. Seja rápido na conduta, porque seu paciente está sangrando e você ainda não tem noção da magnitude do que possa estar acontecendo;

– Faça curativo diariamente e quantas vezes forem necessárias. Lembre-se que curativo sujo, úmido e descolado é meio de cultura e porta aberta para micro-organismos;

– Mantenha fixação adequada do dispositivo. Previna sua perda acidental;

– Avalie o local da inserção do dreno. Não é normal aparecer dor, calor, rubor, edema e extravasamento de sangue/secreção por esse óstio. Caso aconteça, comunique o médico e registre a sua conduta;

– Cuidado com a pele do paciente ao redor da inserção do dreno e em toda a extensão da pele em contato com a fita adesiva do curativo. Podem aparecer processos alérgicos, hiperemia e ruptura da pele. Avalie e previna de acordo com os recursos disponíveis na sua instituição;

– Cuidado para que não aconteça lesão de pele por pressão da extensão do dreno, ou seja, lesão por presença de dispositivo. É bem simples prevenir esse evento. Como o próprio diz, basta livrar qualquer área da pele do efeito da pressão!

Créditos: Camilla Bregeiro, Instagram: @enfermeira.cbregeiro